O
deputado Waldir Maranhão (PP-MA) era um parlamentar sem muita visibilidade em
Brasília e com atuação discreta na área de educação. No domingo 1º, entretanto,
ele se elegeu para o segundo cargo mais importante da Casa, o de
vice-presidente da Câmara. Além do prestígio adquirido e da possibilidade de
influenciar diretamente em decisões políticas importantes, Maranhão atrai para
si também as atenções sobre sua conduta e seu passado. O cenário não é dos mais
favoráveis. O vice-presidente é investigado em dois inquéritos no Supremo
Tribunal Federal (STF), ambos por suposta prática de crimes de ocultação de
bens e participação no esquema de lavagem de dinheiro. ISTOÉ teve acesso aos
processos, que narram as possíveis relações do parlamentar com o doleiro Fayed
Traboulsi, preso no final de 2013 sob suspeita de participar de um esquema
de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão que teria
movimentado R$ 300 milhões em um ano e meio. O processo de Fayed tramitava na
vara criminal de Brasília e possui mais de mil páginas. Entre sigilos fiscais e
telefônicos quebrados pela Justiça de primeira instância, constam ligações e
conversas com Waldir Maranhão. As provas colhidas contra o doleiro na Operação
Miqueias, da Polícia Federal, agora fazem parte dos inquéritos que investigam o
parlamentar.
(IstoÉ)