A obesidade nem sempre anda de mãos dadas com doenças cardíacas, diabetes
ou derrames. Um estudo americano conduzido na Universidade de Washington, em
Saint Louis, e publicado ontem na revista especializada “The Journal of
Clinical Investigation”, concluiu que algumas pessoas obesas não têm
anormalidades metabólicas associadas à obesidade, como a resistência à
insulina, lipídios anormais (níveis altos de triglicérides e colesterol HDL
baixo), pressão arterial alta e excesso de gordura no fígado. Vinte
participantes obesos foram requisitados a ganhar cerca de 15 quilos. Para a surpresa
dos estudiosos, os perfis metabólicos permaneceram normais, mesmo após o ganho
de gordura, entre os participantes que já estavam na faixa normal quando o
estudo começou. Mas os perfis metabólicos daqueles que já tinham perfis
anormais pioraram bastante após o ganho de peso. “Algumas
pessoas obesas estão protegidas contra os efeitos metabólicos do ganho de peso
moderado, enquanto outras estão predispostas a desenvolver os problemas”, comentou
o pesquisador Samuel Klein, diretor do Centro de Nutrição Humana da
Universidade de Washington. Cerca de 25% das pessoas obesas não têm
complicações metabólicas. Klein enfatizou que a obesidade, no entanto, contribui para
mais de 60 problemas de saúde. Depois do período de testes, os médicos ajudaram
os voluntários a perder peso.
(O Globo)