A Santa Casa está mergulhada numa dívida de R$ 773
milhões. Em julho, o hospital não tinha mais dinheiro para comprar remédios nem
materiais. O pronto socorro chegou a ficar 28 horas fechado. Na sexta-feira
(19), a Santa Casa suspendeu, por tempo indeterminado, as consultas, as
cirurgias e os exames que estavam agendados. Só o atendimento de urgência
continua funcionando na instituição, que passa por crise financeira. Naquele
mesmo dia, médicos e funcionários do hospital fizeram manifesto pedindo a saída
imediata do provedor Kalil Rocha Abdalla. Reeleito em abril, o advogado ocupada
pela terceira gestão consecutiva o cargo que é o equivalente ao diretor principal
da entidade. O governo do estado deu R$ 3 milhões para a Santa Casa continuar o
atendimento e pediu uma auditoria nas contas, a maior parte delas é com a folha
de pagamento dos 11 mil empregados e com fornecedores. A auditoria apontou
ainda má gestão. Entre os principais problemas estão: compras de materiais
superfaturados, o pagamento de supersalários e suspeitas de fraudes em
contratações de serviços. Depois que souberam de tudo isso, há 10 dias, os
funcionários deram as mãos, e abraçaram o prédio histórico. A homenagem
terminou com aplausos. Há 2 semanas, a Promotoria da Saúde Pública ouviu o
depoimento de uma ex-funcionária. Ela denunciou tudo o que viu de errado a
partir de 2005. Disse, por exemplo, que o hospital pagava R$ 20 por caixa de
Novalgina e que na farmácia do lado comprou o mesmo medicamento por R$ 1,80. Em
vários outros medicamentos e materiais ela constatou preços abusivos. E disse
que qualquer obra na Santa Casa era superfaturada.
(G1)