Sophia tem
um perfil no Facebook chamado "Travesti Reflexiva". Foi lá que ela
publicou o texto a seguir, em que lembra como foram as duas primeiras vezes que
prestou o exame, com aparência de mulher e nome de homem. A dificuldade que
enfrentou ao preferir passar vontade do que correr o risco de ser levada para o
banheiro dos homens. A sensação de que era a piada da classe. A certeza de que
tinha virado atração turística ao ver pessoas parando na porta de sua sala só
para confirmar a tese de que uma travesti estava prestando o Enem. "O
Enem errou em ter esperado 5 anos para implementar o nome social, e quando o
fez, foi de forma precária. Muitas e muitos não conseguiram ter acesso a esse
direito, foram criados tantos empecilhos, ligações, cadastros, etc., que o
requerimento ficou cada vez mais complicado.", escreveu.
(IG)