Em sua primeira
manifestação pública sobre a nova etapa da Operação Lava Jato – que resultou,
até agora, na prisão de 23 pessoas, entre as quais presidentes de empreiteiras
e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque –, a presidente Dilma
Rousseff afirmou que as investigações do escândalo de corrupção podem
"mudar o Brasil para sempre". A chefe do Executivo comentou a sétima
fase da operação policial em coletiva de imprensa concedida, em Brisbane, na
Austrália, pouco antes do encerramento do encontro de cúpula do G20. "Eu acho que isso
[investigações da Lava Jato] pode mudar, de fato, o Brasil para sempre. Em que
sentido? No sentido de que vai se acabar com a impunidade. Nem todos, aliás, a
maioria absoluta dos membros da Petrobras, os funcionários, não é corrupta.
Agora, têm pessoas que praticaram atos de corrupção dentro da Petrobras",
disse a presidente da República. Durante
a entrevista em Brisbane, Dilma ressaltou que, na visão dela, é necessário
tomar cuidado para não "condenar" a Petrobras pelos atos de corrupção
cometidos por alguns funcionários da estatal. A petista destacou ainda que o
fato de a Lava Jato ter colocado atrás das grades "corruptos e
corruptores" é uma questão "simbólica" para o país. "Não se pode pegar a Petrobras e condenar a empresa. O
que nós temos de condenar são pessoas. Pessoas dos dois lados: os corruptos e
os corruptores. Eu acredito que a questão da Petrobras é simbólica para o
Brasil. É a primeira investigação efetiva sobre corrupção no Brasil que envolve
segmentos privados e públicos", ponderou Dilma. A presidente reeleita informou que os contratos firmados
entre a Petrobras e as empresas investigadas na Lava Jato, operação que
investiga um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina que teria
movimentado cerca de R$ 10 bilhões, estão sendo revistos. Ela, no entanto,
advertiu que não haverá revisão dos contratos envolvendo outras empresas
públicas.
(G1)