23 novembro 2014

Após anos caindo, taxa de desemprego no Brasil pode ter repique em 2015

A menos que haja uma reversão das expectativas dos empresários, o Brasil tende a experimentar em 2015 uma reversão da tendência de ganhos reais de salários e queda do desemprego, segundo economistas, órgãos de pesquisa econômica e entidades de classe. No rastro da indústria de transformação, que vem liderando perdas de vagas, segmentos também intensivos em mão-de-obra, como construção civil, comércio e serviços podem engrossar anúncios de cortes de vagas. "Vai depender das expectativas; há várias armadilhas, com a indústria podendo contaminar outros setores", disse à Reuters o coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Airton dos Santos. Um sinal de que um cenário menos benigno está se desenhando veio na semana passada, quando o Caged mostrou que o país fechou 30.283 vagas formais de trabalho em outubro, primeira queda para o mês na série aberta em 1999. Mas não é o único. Para Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, além de menos vagas criadas - queda de 38 por cento ante os primeiros 10 meses de 2013 -, a diferença entre salários de demitidos e contratados tem crescido, outro sinal ruim. É o que a Contraf-CUT, confederação nacional dos empregados de bancos, diz que o setor está fazendo, além do corte líquido de 3,4 mil postos de janeiro a outubro. "Isso está contribuindo para queda do rendimento médio das famílias", disse Barbosa Filho.
(Reuters)
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