09 outubro 2014

Seca na hidrovia Tietê-Paraná causa prejuízo de R$ 37 milhões ao agronegócio

R$ 37 milhões. Este é o valor estimado que o agronegócio brasileiro viu ir por água abaixo com a interdição das atividades de transporte de carga em alguns trechos da hidrovia Tietê-Paraná na safra 2013/2014. A estiagem prolongada e o aumento da geração de energia nas usinas hidrelétricas de Ilha Solteira e Três Irmãos em detrimento da navegação são apontadas por especialistas como as principais causas da paralisação, que se arrasta desde maio. O transporte teve que ser feito majoritariamente por rodovia, cujo frete é mais alto. “Tivemos períodos de estiagem prolongada em outros anos, mas com menos intensidade”, explica Renato Pavan, Presidente do Conselho de Logística e Infraestrutura da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). A navegação foi suspensa apenas em alguns trechos do trajeto de 2,4 mil quilômetros, como entre o km 128 do reservatório de Três Irmãos e a eclusa inferior de Nova Avanhandava, em Buritama (SP). Mas foi o suficiente para fazer o volume médio anual de cargas transportadas, especialmente soja, farelo e milho cair de 2,5 milhões de toneladas para 500 mil toneladas. “Essa interrupção acabou por desarticular tudo o que já vinha sendo feito em termos de transporte hidroviário na região”, afirma Edeon Vaz Ferreira, Diretor Executivo do Movimento Pró-Logística, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). Luiz Fernando Horta Siqueira, presidente do Sindicato dos Armadores do Estado de São Paulo concorda. Para ele, a situação afeta diretamente a credibilidade do transporte hidroviário como uma alternativa viável. “Muitos produtores e empresas, na hora de fazerem o planejamento da safra colocarão a hidrovia como uma incerteza”, diz.
(globorural)
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