A diversidade de raças, que é uma
característica do brasileiro, ainda é pouco vista no mercado de trabalho, mesmo
com as cotas raciais (que existem há mais de uma década). O mesmo ocorre com a
participação feminina nas empresas. As mulheres são maioria no Brasil, mas têm
uma presença menor do que a dos homens nas corporações. O perfil social, racial
e de gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas,
publicado pelo Ethos-Ibope, mostra que, entre 2003 e 2010, a participação de
negros, nos quadros funcionais, aumentou de 23,4% para 31,1%. Nos cargos de
supervisão, a evolução foi de 13,5% para 25,6%. No âmbito gerencial, a
participação subiu de 8,8% para 13,2%. Entre os executivos, a proporção variou
de 2,6% para 5,3%. Mas, no que tange aos salários, um homem negro ganha 30%
menos do que um branco para executar as mesmas tarefas. Segundo o Dieese, a
questão salarial da mulher negra é ainda pior, já que está mais abaixo nessa
escala: sua remuneração equivale, em média, a 30% do salário do homem branco e
à metade do rendimento da mulher branca. As empresas estão aos poucos ampliando
ações de inclusão desses grupos historicamente sub-representados nas
corporações. O presidente da Camisaria Colombo, Alvaro Maluf, decidiu criar a
cota de 20% para afrodescendentes na empresa, em 2004, para corrigir injustiças
do passado.
(R7)