O Ministério Público Federal em São Paulo
(MPF/SP) denunciou hoje (22) três militares pela morte do jornalista e
militante político Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em julho de 1971,
durante o regime militar. Foram denunciados, por homicídio doloso qualificado,
o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, o delegado da Polícia Civil
Dirceu Gravina [ainda em exercício] e o servidor aposentado Aparecido Laertes
Calandra. Além deles, o MPF também denunciou, por falsidade ideológica, o
médico-legista Abeylard de Queiroz Orsini, que assinou os laudos sobre o óbito
de Merlino. A Justiça de São Paulo ainda vai se pronunciar se aceita a denúncia.
Integrante do Partido Operário Comunista à época, Merlino foi preso em 15 de
julho de 1971, em Santos, e levado para a sede do Destacamento de Operações de
Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Lá, ele foi
torturado por cerca de 24 horas e morto quatro dias depois. Para a família de
Merlino, o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra foi
quem ordenou as sessões de tortura que o levaram à morte. Ustra foi comandante
do DOI-Codi em São Paulo, um dos maiores centros de repressão durante a
ditadura militar.
(Band)