Cientes de que a situação de
Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial se complicou com a confirmação, na
últimas pesquisas de intenção de voto, do crescimento de Marina Silva (PSB),
tucanos admitem construção de pontes com aliados da candidata do PSB. Para
isso, uma nova fase na campanha do PSDB apareceu já no segundo debate entre os
candidatos, onde Aécio criticou Dilma Rousseff em todas as suas falas,
reservando a Marina dois breves comentários em tom sutil. Segundo tucanos, as
pontes estão sendo construídas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já
tem feito acenos na direção de Marina e um encontro entre os dois não é
descartado. Mas algumas abordagens não são novas e serão reconstruídas sobre
alianças firmadas no passado entre as duas legendas. É o caso, por exemplo, da
situação em São Paulo. Lá, Marina foi pessoalmente contra a aliança como o PSDB
e se recusa a subir no palanque de Geraldo Alckmin (PSDB). Mas aliados da
ex-senadora começam a reatar laços como tucanos paulistas, aproveitando a boa
relação do governador com seu vice, o presidente estadual do PSB, Márcio
França. Outros acenos têm sido feitos. Os tucanos pretendem reforçar os laços
que mantêm como o PSB no Paraná, em torno da candidatura de Beto Richa, e em
Minas Gerais, onde Mário Lacerda, prefeito de Belo Horizonte, declarou apoio ao
tucano Pimenta da Veiga, apesar de seu partido ter candidatura própria no
estado. O namoro dos dois partidos é visto com muita cautela por aliados de
Marina. Existe o receio de que movimentos bruscos possam ser vistos como
desrespeitosos. A lógica é aproximar, mas sem o risco de que esse movimento
possa ser prejudicado por uma visão de presunção das intenções de aliados de
Marina, ou seja, não se pode desrespeitar alguém que se pretende convidar para
ser aliado. O PSB tem sido muito cuidadoso e quer evitar erros que possam
comprometer o crescimento de Marina.
(Último Segundo)