O número de candidaturas impugnadas pelo Ministério Publico
Eleitoral (MPE) em todo o Brasil com base na Lei Complementar 135/2010, a
chamada Lei da Ficha Limpa, cresceu 90% nas eleições deste ano em comparação
com as eleições gerais de 2010. Naquele ano, durante a estreia da Lei da Ficha
Limpa, o Ministério Público Eleitoral questionou 237 candidaturas. Em 2014, o
MPE questionou 448 pela aplicação dessa lei. Conforme procuradores eleitorais
de todo o Brasil, o crescimento do volume de impugnações é fruto principalmente
de uma maior clareza da aplicação da Lei da Ficha Limpa esse ano em comparação
com 2010. Na lista das candidaturas impugnadas pela Lei da Ficha Limpa, estão
nomes como Paulo Maluf, candidato a deputado federal por São Paulo. Maluf teve
sua candidatura questionada pelo Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo
por ter sido condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo pelo crime de
improbidade administrativa, em 2013, no processo relacionado à construção do
túnel Ayrton Senna. Os desembargadores na época entenderam que houve
superfaturamento na obra inaugurada em 1995. Outro candidato que entrou na
lista das impugnações pela aplicação da Lei da Ficha Limpa é o candidato ao
Governo do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR). Arruda foi condenado no
início de julho também por crime de improbidade administrativa e enriquecimento
ilícito confirmada pela 2ª Câmara do Distrito Federal. Arruda foi condenado por
envolvimento no chamado “Mensalão do DEM”, esquema de corrupção desbaratado
pela Polícia Federal em 2009, durante a Operação Caixa de Pandora. Na época, o
iG antecipou os principais momentos da Operação e publicou com exclusividade um
vídeo em que Arruda aparecida recebendo suposta propina. Arruda promete
recorrer da impugnação. A defesa de Maluf classificou a impugnação como
“descabida” e de Arruda chamou o questionamento de sua candidatura como
“tentativa de tirá-lo do processo eleitoral por meios judiciais”.
(Último Segundo)