Terrorista, Dilma Rousseff também é antirreligiosa. Já Eduardo
Campos (PSB) vai privatizar o Banco do Brasil e Aécio Neves (PSDB) não quer os
votos dos professores. Embora preceda a internet, a boataria envolvendo a vida
dos principais candidatos a presidente do Brasil promete extrapolar os limites
nas eleições deste ano – tempos de popularização da banda-larga e da disposição
de alguns eleitores em propagar histórias que estejam mais de acordo com suas
convicções políticas do que com a credibilidade da informação. Os boatos sempre
aparecem em ano de escolher presidente. Na campanha de 1989, o então candidato
Luiz Inácio Lula da Silva foi acusado de ligação com o sequestro do empresário
Abílio Diniz apenas porque um dos sequestradores foi visto usando uma camiseta
do PT. Quem reclamava de boato quatro anos antes era Fernando Henrique Cardoso,
que perdeu a campanha para prefeito de São Paulo em 1985 contra Jânio Quadros,
que aproveitou a resposta evasiva de FHC sobre sua fé para espalhar a história
de que ele era ateu, assunto que saiu do controle naquela campanha. Este ano a
boataria ganhou o noticiário a partir do Facebook, quando, no fim do mês
passado, a página TV Revolta angariou mais de 3,6 milhões de fãs relacionando o
PT a notícias falsas. No dia 15 de maio, o boato era de que o primeiro ministro
da China, Wen Jiabao, teria distribuído conselhos administrativos à Dilma
durante uma visita ao Brasil. A polêmica da página só deu lugar à outra, dessa
vez envolvendo a famosa Dilma Bolada, administrada por Jeferson Monteiro. O
rapaz, de 24 anos, acusou uma agência de publicidade
contratada pelo PSDB de
oferecer-lhe R$ 500 mil para mudar de lado e começar a criar boatos contra o
governo federal. “A disseminação de histórias mentirosas pelas redes sociais é
um fenômeno mundial, não é exclusivo do Brasil”, diz Rebêlo.
(Último Segundo)