À medida que caem tabus, crescem novos negócios. O mercado de
produtos eróticos e sensuais é uma das provas disso. Há 20 anos, o período
médio de permanência de um cliente dentro de uma sex shop era de um minuto.
Entrava-se correndo – e de preferência com discrição –, comprava-se apenas o
necessário, sem fazer perguntas, o pagamento era com dinheiro e rapidamente o
cliente estava fora da loja e daquela situação supostamente vexatória. Hoje, duas décadas
depois, o cliente, em média, passa 9,8 minutos dentro do estabelecimento, até
faz uma pergunta ou outra. Compra, em geral, cosméticos, acessórios,
vibradores, usa o cartão de crédito e sai – com mais tranquilidade e menos
vergonha. Um tremendo avanço que ainda deixa o Brasil longe de outros mercados
mais amadurecidos, como o norte-americano, em que 20% da população afirma
utilizar produtos eróticos – por aqui, os compradores assumidos ainda são 17%. É
neste cenário em que Paula Aguiar, presidente da Associação Brasileira das
Empresas do Mercado Erótico (Abeme), está acostumada a trabalhar. “Eu já vi
gente em Mato Grosso, com calor de 40 graus, de casaco, óculos e chapéu dentro
da sex shop. Ainda tem muito preconceito”, diz.
(Último Segundo)
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