Os cerca de 1.590 agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) flagraram 51,5 mil motoristas dirigindo enquanto falavam ou teclavam no celular durante o primeiro bimestre deste ano. O número é 27% menor do que as 70,5 mil autuações aplicadas no mesmo período do ano passado.
Apesar da queda, em média, a cada dois minutos, um motorista é flagrado nas ruas e avenidas da capital usando o telefone enquanto dirige. O valor da infração para esse tipo de irregularidade é de R$ 85,13, com acréscimo de quatro pontos na carteira.
Para especialistas em acidentes de trânsito, a redução no número de multas não é reflexo de que os motoristas estão mais conscientes, usando menos o celular enquanto dirigem. Eles afirmam que a causa é o afrouxamento na fiscalização da CET e o uso de novas tecnologias que permitem falar ao celular sem necessariamente estar com o aparelho no ouvido.
“Não existe marronzinho suficiente para fiscalizar. Além disso, eles só multam quando o motorista está com o celular no ouvido. Hoje, eles falam pelo rádio, viva voz e até com fone”, afirma o diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Junior.
Segundo Alves Junior, o risco de acidente quando se fala ao celular é quatro vezes maior. “Para reagir a uma situação adversa, o motorista leva cerca de 0,75 segundo para agir. Se estiver falando ao celular, esse tempo sobe para cerca de 1,7 segundo”. Já no caso da troca de mensagens, o risco aumenta 23 vezes.
Pesquisa do Instituto Avante Brasil mostra que quase 25% dos acidentes de trânsito no Brasil envolvem o uso do telefone celular. Nos casos levantados pela entidade, o condutor falava ao celular ou lia e respondia a uma mensagem de texto.
(Band)
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