Foi com a volta da Nenê da Vila Matilde à elite do carnaval paulistano que começou a segunda noite dos desfiles do grupo especial em São Paulo. A escola que abriu os serviços no sambódromo do Anhembi voltou em grande estilo. Além do desfile rico e de fantasias bonitas, chamou a atenção a empolgação dos integrantes da escola.
O enredo era a luta pela igualdade. Na avenida com 4 mil integrantes, a Nenê teve muitas mulheres ousadas, com fantasias diminutas. Lorena Bueri, a Gata do Paulistão 2012, dispensou completamente qualquer peça de roupa da cintura para cima. Representando o embate do bem contra o mal, a rainha de bateria Deborah Xavier desfilou como uma diaba devassa, com uma fantasia que também cobria muito pouco, e Adriana Bombom, musa da escola, veio de anjo.
Sabrina Sato, madrinha de bateria da Gaviões da Fiel
A Gaviões da Fiel entrou na pista do Anhembi no início da madrugada de domingo (10) para falar de propaganda. Reproduzindo uma agência de publicidade, a comissão de frente "A Alma do Negócio" abriu um desfile luxuoso, com cuidado evidente para o acabamento das alegorias e fantasias. O abre-alas "Os Gaviões do Carnaval" completou a parte inicial da passagem da agremiação.
De branco, a madrinha Sabrina Sato estava linda com uma fantasia rica e sofisticada, e, simpática como sempre, empolgou a torcida. Com samba-enredo envolvente e a beleza feminina como uma constante na avenida, a Fiel fez uso de uma fórmula infalível de sucesso na avenida.
Correndo atrás do bicampeonato, a Mocidade Alegre entrou no Sambódromo do Anhembi por volta de 1h de domingo (10). Cheio de serpentes, o abre-alas da escola deu início ao enredo, que falava de sedução e pecado e o embate entre o lado bom e o lado mau do ser humano.
De fantasia preta ornada com pedrarias, a rainha da bateria, Aline de Oliveira, se destacou à frente dos ritmistas da escola, que levaram com empolgação o enredo “A Sedução Me Fez Provar, Me Entregar à Tentação... Da Versão Original, Qual será o final?”
A Tom Maior fez uma variação sobre o mesmo tema da Mocidade: seu enredo também falava de desejo, tentação, pecado. A comissão de frente fez uma coreografia em torno de um buraco da fechadura, que seria a porta de entrada do "Parque dos Desejos". O balé de abertura teve inspiração na obra de Nelson Rodrigues.
Foram lembrados o Kamasutra, escritos sobre o amor feitos por um filósofo indiano no século VI antes de Cristo; o Jardim do Éden e o pecado original de Adão e Eva, com espaço para uma imensa serpente em uma das alegorias; até as simpatias do tipo "Trago seu amor de volta em três dias". A história da camisinha foi contada por alas que mostravam o primeiro preservatido inventado, com pele de peixe, até os mais modernos, com sabores e aromas de frutas. No último carro, go-go boys sambavam em gaiolas ao lado de travestis.
No ano em que todo mundo ouviu "Gangnam Style" à exaustão, a Vila Maria, com enredo que homenageou os 50 anos da imigração coreana no Brasil, lembrou de outros aspectos do país asiático. O início do desfile foi tenso, com o segundo carro ameaçando acabar com a festa da escola: ele saiu do eixo e emperrou na saída da concentração. Antes que causasse qualquer prejuízo ao andamento do desfile, porém, o carro foi consertado e entrou em cena, mostrando um tigre que se movimentava para os lados e para a frente, referência ao fato de a Coreia ser um dos tigres asiáticos, países em que a economia é forte.
Lívia Andrade desfila como Princesa da Acadêmicos do Tucuruvi
O abre-alas “A Jovem Coreia” mostrou um país que sabe mesclar tradição e modernidade: dragões da mitologia oriental apareceram junto com a música pop coreana, representada, é claro, por um destaque fantasiado como o cantor Psy, do hit-fenômeno “Gangnam Style”.
Mazzaropi, o saudoso comediante que completaria 100 anos em 2013, foi o homenageado pela coloridíssima e divertida Acadêmicos do Tucuruvi, na madrugada deste domingo (10).
A modelo Caroline Bittencourt chegou acompanhada do namorado, Paulo Veloso, e ganhou destaque durante o desfile, como madrinha de bateria. Ao seu lado, a atriz Lívia Andrade, eleita princesa da escola, brilhou com uma colorida fantasia de caipirinha de metal.
A comissão de frente "Sai da frente, a alegria vai passar" trouxe seus integrantes fantasiados como palhaços de circo - e um sósia de Mazzaropi também fazia parte da encenação. As primeiras alas da escola do carnavalesco Wagner Santos remetiam aos filmes de sucesso de Mazzaropi e o último carro da Tucuruvi trouxe uma enorme escultura do comediante.
Algum problema de saúde, mental, espiritual ou amoroso? A Império da Casa Verde, que fechou os desfiles de São Paulo às 7h de domingo (10), tem a cura. Com Valeska Reis liderando pelo segundo ano consecutivo a bateria da escola, a Casa Verde desfilou o enredo "Para todo mal há cura - quem canta seus males espanta", indo da Babilônia ao Egito, da China à Índia e até aos terreiros de mães e pais de santo atrás de conforto para os males da alma e do corpo.
Teve até uma cura em cena: a comissão de frente trouxe uma árvore da vida, com troncos retorcidos e uma abertura no centro, por onde uma dançarina entrou doente e saiu sã. O melhor mesmo foram as fantasias dos integrantes da bateria, vestidos de múmia de látex.
(IG)
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