PEDERNEIRAS: Lados opostos, equívocos perigosos

“Antônio possui uma galinha, um cachorro e um pacote de milho. E tem que passa-los para a outra margem do rio. Como Antônio vai fazer sem que o cachorro coma a galinha ou a galinha coma o milho?”

Pederneiras vive há algum tempo, uma espécie de enigma que se acentuou com o rompimento político entre os ex-prefeitos Giácomo Bertolini e Fernando Minguili. Sem entrar no mérito da causa que levou ao rompimento, o fato é que, desde então, as disputas nesse campo se dão entre verdes (herdeiros do time de Giácomo) e vermelhos (herdeiros do time de Minguili).

A história tem mostrado que essa disputa, na forma e no conteúdo que vivenciamos não é salutar nem para os partidos políticos, nem para os embates eleitorais, muito menos para Pederneiras e o seu povo.

A disputa Verde x Vermelho tem ensejado uma sequencia de equívocos políticos de lado a lado, para dizer o mínimo. As pessoas estão prestes a se engalfinharem, lamentavelmente. Então, urge a necessidade das lideranças desses lados interferir para que as tensões não redundem em episódios de gravidade irremediável.

Neste momento, por exemplo, a cidade vive de expectativas e boatos, literalmente. Vermelhos que esperam ansiosamente que uma decisão judicial retire o mandato do atual prefeito Daniel Camargo, e verdes convictos de que ninguém, nem a lei, poderão “mexer” com o chefe da administração, como que “A lei? Ora a lei!”.

Os debates políticos são salutares e as teses de lado a lado deveriam ser no mínimo, respeitadas. Comentar possibilidades de decisões judiciais nunca foi crime. Mas agressões e desrespeitos são inaceitáveis. E uma agressão, a gente sabe, muitas vezes leva ao “troco” ainda mais forte.

Há no ar um misto de desrespeito e terror quase ao extremo, a partir do que se deflagraram ofensas e desafios descabidos. Isso é muito ruim para a democracia, que pode ser definida positivamente como a arte da convivência entre pensamentos contrários. 

Portanto, equilíbrio é o que se espera dos verdes e dos vermelhos ainda que, na política, por vezes se façam necessários duros embates.

Não pertenço a um, nem a outro time. Tenho amigos, apoiadores e opositores em ambos. Por isso, a liberdade de pedir: JUÍZO!

Reginaldo Monteiro