Com a imagem dos políticos e do Congresso desgastada, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e os líderes partidários escolheram o projeto que acaba com o 14º e o 15º salários dos parlamentares como o primeiro a ser votado após a retomada dos trabalhos legislativos. O projeto, aprovado no ano passado pelos senadores, põe fim aos dois salários extras, de R$ 26.723,13, pagos anualmente em dezembro e em fevereiro, para cada parlamentar a título de ajuda de custo. O texto deve entrar na pauta desta quarta-feira, 27.
"A imagem da Casa será pior ou melhor de acordo com os trabalhos", afirmou Henrique Alves, negando que a escolha do primeiro projeto seja uma tentativa de recuperar a credibilidade dos políticos. Desde o fim do recesso no início do mês até a semana passada, as votações da Câmara se restringiram a medidas provisórias.
No propósito de apreciar temas mesmo sem consenso, Henrique Alves anunciou a votação do projeto de reforma política na primeira semana de abril. Até lá, os partidos tentarão chegar a um acordo para a proposta. "Essa Casa não foi criada para empurrar os temas com a barriga nem deixá-los para depois. O consenso é o ideal mas, se não for possível, será decisão da maioria", disse, ressaltando que o maior desgaste político da Câmara é provocado pela omissão e pela não votação de temas polêmicos. "A Casa tem de ter a coragem de enfrentar o voto sim e o voto não. Se não for possível o consenso, vamos para o voto", afirmou o presidente da Câmara.
(Estadão)
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