Da semelhança do timbre a lembrança da maneira de interpretar. Desde que se lançou como cantora, Maria Rita teve de lidar com as inúmeras comparações com a mãe, Elis Regina (1945-1982). Uma responsabilidade imensa já que esta fora considerada uma das maiores intérpretes brasileiras. Aos 24 anos, quando estava lançando o seu primeiro CD, Maria Rita disse que sempre teve a consciência de ser a única filha mulher de uma grande cantora. Por isso não tinha pretensões de cantar músicas do repertório da mãe.
Dez anos depois, as comparações não se extinguiram. Mas Maria Rita aceitou o desafio e subiu, nessa segunda-feira (19), no palco do Vivo Rio, no Rio de Janeiro, para o primeiro de uma série de shows cantando músicas gravadas por Elis. “As pessoas sempre me perguntam por que demorei tanto para cantar músicas da minha mãe. Toda vez que falo nela, me emociono. Mãe é mãe, né? Dá saudade”, disse ela, vestindo um macacão branco com uma capa esvoaçante.
Em duas horas de apresentação, Maria Rita mostrou que as comparações tinham fundamento. Em nenhum momento ela tentou se passar pela mãe, mas era visível a homenagem aos gestuais, timbres e firulas de Elis. Em canções como “Águas de Março”, de Tom Jobim, e “Alô Alô Marciano”, de Rita Lee, isso ficou mais evidente. “Obrigada por virem de coração aberto e entender que isso é apenas uma homenagem”, agradeceu a cantora.
E ela não se fez de rogada. Logo no início da apresentação, Maria Rita cantou músicas consagradas pela voz de Elis como “Arrastão”, de Vinicius de Moraes e Edu Lobo, e “Como nossos pais”, de Belchior. Outros compositores também foram homenageados. Chico Buarque foi lembrado em “Tatuagem” e, um bloco inteiro do show foi dedicado a Milton Nascimento. “Morro Velho”, “O que foi feito” e “Maria Maria” foram interpretadas pela primeira vez por Maria Rita.
(Fonte: IG)
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