Na região, Pederneiras é conhecida como cidade de terra roxa. Mas as variações de solo proporcionam muita emoção para os amantes do movimento off-road. Trilha considerada pesada exige veículos apropriados e motoristas habilitados para enfrentar as adversidades do caminho, que são muitas.
O coordenador do Jeep Club de Pederneiras, Sandro Luis Olbera Scarlassara, explica que em determinados pontos da trilha o solo muda para piçarra (grãos formados de minúsculos cristais) e areia, aumentando as emoções. “Há alterações na mata. Tem muito cacto, animais como as lebres, veados, cachorro do mato e cobra...”
Ele confessa que não pratica o esporte carregando máquina fotográfica, caso contrário teria fotos inéditas. “São situações fora do normal, que fogem do cotidiano. Na região há um verdadeiro circuito off-road. As trilhas vão desde bastante emoção até os passeios, apropriados para fazer com a família.”
As trilhas que proporcionam muita emoção, aconselha o jipeiro, devem ser feitas em grupos, com pessoas mais experientes. “Enfrentamos muitos obstáculos; uma subida mais íngreme, uma lagoa mais funda etc.”
Ele frisa que para conhecer a profundidade de uma lagoa, os jipeiros entram a pé e usam uma vara para medir, a fim de evitar problemas. “Analisamos o solo da lagoa antes de tentar fazer a travessia. Se é liso ou se tem muita pedra. Enfim, fazemos um levantamento do local. Em alguns casos há muita correnteza ou um barranco muito alto.”
Ele lembra que junto a um grupo de jipeiros enfrentou uma das situações mais difíceis na atividade off-road. “Encontrei uma trilha e no final dela havia um rio. Tinha que fazer a travessia. Eu conhecia o rio e sabia que ele estava alto. Passei sem problemas, mas os demais não conseguiram. Os demais ficaram parados, quebrados dentro do rio.”
O resgate dos veículos durou mais de oito horas. “Começamos a retirar os veículos por volta das 17h. Concluímos o trabalho, por volta das duas horas da manhã. No local não funcionava aparelho celular e tivemos muito trabalho porque os jeeps ‘dançavam’ na água. Tinha chovido muito e o solo estava escorregadio.”
O primeiro veículo retirado do rio foi para a cidade para avisar a família daqueles que ainda estavam no local. “Temos essa preocupação; não deixar os familiares preocupados. Foi um trabalho bem difícil, passamos medo e tensão. Tivemos que amarrar um dos jeeps em uma árvore.”
Nessas ocasiões, segundo Scarlassara, a equipe de apoio mostra o quanto é importante. “Ainda bem que tínhamos alimento e água. A retirada dos veículos exigiu um esforço máximo. Normalmente fazemos mais passeio na região. Tem vários lugares, desde lagoas, matas ciliares, vistas muito diferentes. Passamos por florestas onde o homem ainda não chegou. Em Torrinha, Mineiros do Tietê há trilhas interessantes. Em Mineiros, por exemplo, há a ‘Trilha do Unhudo’, um misto de folclore e off-road , em Agudos, os casarões nas antigas fazendas de café.”
(JCnet)
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