21 setembro 2017

GOLPE: De Civil a Militar

O golpe civil fracassou. Pode vir aí o golpe militar. Foi o que deu a entender o general de Exército Antônio Hamilton Mourão, em palestra em evento da Maçonaria, em Brasília, no último dia 15.

Mourão disse que seus "companheiros do Alto Comando do Exército" entendem que uma "intervenção militar" poderá ser adotada se o Judiciário "não solucionar o problema político". Ou seja, se elementos envolvidos em ilícitos não forem afastados, se a crise política e institucional não for debelada, a intervenção militar deverá ser realizada. O general também afirmou que o Exército teria "planejamentos muito bem feitos" sobre o assunto.

Assim, o general confessou publicamente que há uma conspiração em curso, que envolveria o Alto Comando do Exército, referente à possível realização de uma intervenção militar no Brasil, a qual já estaria "bem planejada".

Alguém desmentiu as afirmações do general? Não, ninguém desmentiu. O general será punido por essa clara quebra de hierarquia e por essa gravíssima ameaça à democracia? Não, ele não será punido.

O general Villas Boas, Comandante do Exército, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, afirmou, referindo-se a Mourão, que o "gauchão", um "grande soldado", não receberá punição alguma. Nem mesmo uma advertência. Ao contrário, o general Mourão, além de ter recebido elogios públicos do Comandante da Força, tem recebido também manifestações de solidariedade de outros importantes militares, como a do general Augusto Heleno, que comandava nossas tropas no Haiti. Além disso, o Comandante da Força não desmentiu a existência dos "planejamentos bem feitos" sobre a intervenção e deixou claro, na realidade, que uma intervenção pode acontecer. Ficou provado, desse modo, que Mourão não está só. Ele realmente fala em nome do Alto Comando do Exército, ou de parte expressiva dele.

O governo reagiu ante essa brutal ofensa à Constituição e ao Comandante Supremo das Forças Armadas? Não, nada. Nada de nada. O Ministro da Defesa ficou caladinho e o Presidente da República também. Afinal, com apenas 3% de aprovação popular, o governo da quadrilha que tomou de assalto o poder não pode fazer muita coisa. O poder Judiciário, alvo também das ameaças e pressões de Mourão, se manifestou? Também não. Permanece mudo.
(Marcelo Zero/Brasil274)
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