A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou uma
nota de repúdio às declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), Gilmar Mendes, que afirmou, em entrevista nesta segunda-feira
(7), que Rodrigo Janot é o procurador-geral da República mais
"desqualificado da história" e que "não tem preparo jurídico nem
emocional para dirigir algum órgão dessa importância". No texto, a
associação, que reúne 1.300 representantes do Ministério Público Federal (MPF)
em todo o País, diz ser "deplorável que um magistrado, membro da mais alta
Corte do País, esqueça reiteradamente de sua posição para tomar posições
políticas (muito próximas da política partidária) e ignore o respeito que tem
de existir entre as instituições, para atacar em termos pessoais o chefe
do MPF".
Leia
a nota na íntegra:
Procuradores da República repudiam ataques pessoais a Rodrigo
Janot
Brasília (07/08/2017) - Representante de 1.300 membros do
Ministério Público Federal, a Associação Nacional dos Procuradores da República
(ANPR) vem a público repudiar os ataques absolutamente sem base e pessoais ao
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, proferidos em deliberada série de
declarações, nos últimos dias, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes.
Em primeiro lugar, e desde logo, é deplorável que um Magistrado,
Membro da mais alta Corte do País, esqueça reiteradamente de sua posição para
tomar posições políticas (muito próximas da política partidária) e ignore o
respeito que tem de existir entre as instituições, para atacar em termos
pessoais o Chefe do Ministério Público Federal. Não é o comportamento digno que
se esperaria de uma autoridade da República. O furor mal contido nas
declarações de Gilmar Mendes revela objetivos e opiniões pessoais (além de
descabidas), e não cuidado com o interesse público.
Rodrigo Janot foi duas vezes nomeado para o cargo de PGR depois de
escolhido em Lista Tríplice pelos seus pares, a última delas com consagradora
votação de quase 80% de sua classe. Em ambas as indicações foi aprovado pelo
Senado Federal por larga margem, tudo isso a demonstrar o apoio interno e
externo que teve, mercê de seu preparo técnico, liderança e história no
Ministério Público Federal. O trabalho do Procurador-Geral da República,
Rodrigo Janot, nestes quase quatro anos de mandato, por outro lado, foi sempre
impessoal, objetivo, intimorato e de qualidade. Não por outro motivo tem o
apoio da população brasileira.
O Ministério Público não age para perseguir ninguém, e não tem
agendas que não o cumprimento de sua missão constitucional. Tampouco, todavia,
teme ou hesita o MPF em desagradar quem quer que seja, quando trabalha para o
cumprimento da lei e promove a justiça.
O Procurador-Geral da República assim tem agido em todas as
esferas de sua competência, promovendo o combate à corrupção e liderando o
Ministério Público Federal na complexa tarefa de defender a sociedade. Se isto
incomoda a alguns, que assim seja. O MPF e suas lideranças jamais se
intimidarão. Estamos em uma República, e ninguém nela está acima da Lei.
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