Caso alguém deseje ser candidato a um cargo eletivo nas próximas
eleições municipais, é importante conhecer a Constituição da República
Federativa do Brasil, a Lei Orgânica Municipal, os Planos de Cargos e Salários
dos funcionários de todas as esferas do poder municipal, as funções e
atribuições do Legislativo e do Executivo, dentre outros. Entretanto, de nada
vale o conhecimento acerca de tudo isso se não apresenta o desejo
decidido, respaldado pela ética da observância da coisa pública.
Isso significa ter o entendimento de que as Prefeituras, assim
como as Câmaras Municipais, não são "balcões de negócios"
particulares e privados. É preciso ser bem claro que negociatas como
"contratos de trabalho irregulares", "desvios de função",
"licitações viciadas" e "conchavos e acordos políticos
indecentes" são atitudes abomináveis pela ética pública.
Não adianta ficar repetindo igual a uma maritaca que o executivo
"executa as leis" e o legislativo "fiscaliza o executivo", se de fato a "coisa pública" se tornar "uma privada".
Definitivamente, prefeitos e vereadores não são os donos das cidades, embora
muitos possam assim pensar.
Na verdade, prefeitos e vereadores são servidores públicos
eleitos pelo povo e para o povo, sem privilegiar "um povo" (turma) em
detrimento de "outro povo" (outras turmas). Tarefa nada fácil, por
isso tantos sucumbem. Portanto, quem imaginar que se eleito vai "ficar na
mamata", engana-se.
Outra importante reflexão que se faz necessária
antes de entrar numa aventura política, é sobre os vícios perpetrados
na nossa cultura e que muitas vezes podem imprimir as nossas ações e banalizar a
"coisa pública", do tipo: "se você votar em mim eu arrumo emprego
para você e a sua família"; "a gente dá um jeitinho"; "eu
vou fazer isso". Mentira! Ninguém faz nada sem aprovação nas duas esferas
de poder e com o consentimento da Lei.
Refletir sobre isso tudo requer estar aberto às discussões e ao
diálogo público. Brados inúteis e "ondinhas emocionais passageiras", não
fazem de ninguém um candidato honesto a serviço da "coisa pública".
Muito pelo contrário, construirá além de um "oportunista de araque",
um ser sob suspeição.
Por fim, toda mudança cultural, ética e pessoal passam por
momentos de angústia. Ninguém cresce se não estiver aberto às forças de uma boa
nova.
O resto é bobagem!
(Trechos extraídos do escrito por Cássio Vilela Prado, com os
quais concordo integralmente)