25 julho 2016

OPINIÃO: Coisa pública, ética e eleições municipais

Caso alguém deseje ser candidato a um cargo eletivo nas próximas eleições municipais, é importante conhecer a Constituição da República Federativa do Brasil, a Lei Orgânica Municipal, os Planos de Cargos e Salários dos funcionários de todas as esferas do poder municipal, as funções e atribuições do Legislativo e do Executivo, dentre outros. Entretanto, de nada vale o conhecimento acerca de tudo isso se não apresenta o desejo decidido, respaldado pela ética da observância da coisa pública.

Isso significa ter o entendimento de que as Prefeituras, assim como as Câmaras Municipais, não são "balcões de negócios" particulares e privados. É preciso ser bem claro que negociatas como "contratos de trabalho irregulares", "desvios de função", "licitações viciadas" e "conchavos e acordos políticos indecentes" são atitudes abomináveis pela ética pública.

Não adianta ficar repetindo igual a uma maritaca que o executivo "executa as leis" e o legislativo "fiscaliza o executivo", se de fato a "coisa pública" se tornar "uma privada". Definitivamente, prefeitos e vereadores não são os donos das cidades, embora muitos possam assim pensar.

Na verdade, prefeitos e vereadores são servidores públicos eleitos pelo povo e para o povo, sem privilegiar "um povo" (turma) em detrimento de "outro povo" (outras turmas). Tarefa nada fácil, por isso tantos sucumbem. Portanto, quem imaginar que se eleito vai "ficar na mamata", engana-se.

Outra importante reflexão que se faz necessária antes de entrar numa aventura política, é sobre os vícios perpetrados na nossa cultura e que muitas vezes podem imprimir as nossas ações e banalizar a "coisa pública", do tipo: "se você votar em mim eu arrumo emprego para você e a sua família"; "a gente dá um jeitinho"; "eu vou fazer isso". Mentira! Ninguém faz nada sem aprovação nas duas esferas de poder e com o consentimento da Lei.

Refletir sobre isso tudo requer estar aberto às discussões e ao diálogo público. Brados inúteis e "ondinhas emocionais passageiras", não fazem de ninguém um candidato honesto a serviço da "coisa pública". Muito pelo contrário, construirá além de um "oportunista de araque", um ser sob suspeição.

Por fim, toda mudança cultural, ética e pessoal passam por momentos de angústia. Ninguém cresce se não estiver aberto às forças de uma boa nova.

O resto é bobagem!


(Trechos extraídos do escrito por Cássio Vilela Prado, com os quais concordo integralmente)
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