Os pais de um menino de três anos de idade denunciaram nesta
quinta-feira (21) um comerciante de Bauru por injúria racial - foi assim que o
caso foi registrado em um distrito policial. O casal acusa o feirante
Pedro Lino, 60, de chamar o garoto de "macaquinho". O caso ocorreu na
sexta-feira (15), mas foi registrado seis dias depois. Em entrevista ao UOL,
Lino disse não se lembrar do fato. A Polícia Civil informou que deve ouvi-lo em
breve. Segundo Daniela Mello da Silva, mãe da criança, que é negra, ela e o
marido, Ludnilson da Silva, que é branco, foram até
a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo)
de Bauru por volta das 10h30 para tentar conseguir a doação de alimentos quando
o filho se aproximou de uma das barracas. O menino pediu uma banana
ao comerciante Pedro Lino. "Ele estava com fome e adora banana.
Chegou até a barraca e pediu. Foi aqui que o feirante pegou uma banana e
perguntou para ele, rindo, se o macaquinho queria banana", diz Daniela. Ao
perceber a ofensa, Daniela se aproximou com o marido e tentou falar com o
comerciante. "Eu perguntei o que ele tinha dito, e ele repetiu. Repetiu
três vezes, na nossa cara", conta Silva. A criança pegou a fruta e saiu do
local, acompanhada dos pais. "Não falamos nada, só demos as costas e fomos
embora. Foi chocante", relata Daniela, que afirma, ainda, que o filho teve
pesadelos e chorou durante a semana toda. "Ele acordava e me chamava,
dizia que não era macaco." Ela informou ainda que demorou para fazer o
registro porque não tinha informações sobre o comerciante. "A gente passou
a semana inteira tentando achar o nome e o endereço dele, mas só conseguimos na
quinta-feira de tarde (21).
(Bol)