O PIB do ano passado, que deve mostrar
retração próxima de 4%, será divulgado nesta semana, e os primeiros dados
econômicos deste ano mostram que 2015 terminou pior do que se esperava e que o
nível da atividade econômica segue em queda no início de 2016. Segundo
especialistas, tanto em 2015 como em 2016 a queda do índice deve ser em torno
de 3%. Uma outra conclusão entre governo e setor privado é que, mesmo que a
economia volte a crescer em 2017, o último indicador a reagir deve ser o
mercado de trabalho, justamente o que demorou mais para entrar em contração. Mesmo
com as projeções mais próximas, ainda há dúvidas sobre o momento em que o país
irá atingir o fundo do poço e conseguirá estabilizar o nível de atividade. Economistas
ouvidos pela Folha de S. Paulo afirmam que a economia terminou 2015 apontando
para baixo, de forma acentuada. E que os dados do início de 2016 apontam uma
queda em ritmo menos intenso. Para Maurício Molan, economista-chefe do
Santander, haverá uma retração do PIB de 3,8% em 2015, de 3,7% em 2016 e
crescimento de 1% em 2017. Ainda de acordo com Molan, o fundo do poço está
próximo. Para ele, uma retomada do crescimento vai depender de um plano para
melhorar as contas públicas e da capacidade política de aprovar essas medidas. O
Instituto Brasileiro de Economia tem projeções ainda mais pessimistas e
acredita na retração da economia por três anos seguidos, até 2017, uma vez que
os ajustes necessários para derrubar a inflação e melhorar as contas públicas
irão além deste ano. A deterioração esperada no mercado de trabalho também deve
adiar a recuperação. O desemprego medido pelo Pnad Contínua deve passar de 9%
em novembro do ano passado para 13% no próximo ano, de acordo com a instituição.
Silvia Matos, pesquisadora do Ibre/FGV, afirmou ao jornal que 2016 não será o
ano da virada, mas de risco de aprofundamento da crise. A melhora, para a
economista, depende de soluções para a crise política e fiscal. E não de corte
de juros e incentivos ao crédito, causas dos problemas atuais.
28 fevereiro 2016
Reginaldo Monteiro
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