Impasse entre membros da Comissão Especial de Inquérito (CEI) instaurada em Bocaina para apurar supostas irregularidades na gestão do prefeito José Carlos Soave (PSB) está travando a conclusão dos trabalhos. Advogada que auxilia o presidente da comissão alega que os demais vereadores estão protelando a votação do relatório final. Já o relator diz que está aguardando a entrega de documentos retirados por ela para finalizar o relatório. Por decisão da Justiça, desde 2014, a Câmara de Bocaina está sem diretor jurídico. Em razão da falta do profissional, a advogada Maria Cardoso da Silva vem contribuindo com a CEI a pedido do presidente do grupo, Jonas de Souza Amaral (PT), o Jonas do Bar. Em julho, ela conseguiu liminar que garantiu aos membros acesso a documentos da prefeitura, entre eles o contrato com a empresa que gerenciava lixo doméstico na cidade, alvo das investigações. Segundo a advogada, a CEI tem 13 volumes e 5 mil páginas. Ela revela que o relatório final aponta a existência de 12 crimes, entre eles apropriação indébita, corrupção ativa e passiva e peculato, e é embasado por dez pareceres, que contêm o código da infração cometida, a respectiva lei e provas. “O relatório final foi entregue na quarta-feira (26) e eles não protocolizaram”, diz. “O presidente da Câmara pediu quinze dias para analisar”. Silva argumenta que a demora na leitura e votação do documento poderá comprometer o trabalho de investigação que foi feito e fazer com que eventuais responsáveis pelas irregularidades escapem da punição. “Se esse relatório final não for passado à apreciação da população de Bocaina na segunda-feira (31), irei entrar com (denúncia de) crime organizado no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado)”, conta.
(JCnet)