19 abril 2015

"Caixa preta" da justiça fiscal manipulava multas de empresas

A Operação Zelotes, da Polícia Federal e da Receita Federal, colocou no centro de um escândalo bilionário de corrupção um órgão até então desconhecido pela maioria dos brasileiros, o Carf. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ligado ao Ministério da Fazenda, é responsável hoje por julgar mais de 100 mil recursos de empresas multadas pela Receita Federal. Somadas, essas multas totalizavam, até 31 de março, R$ 531 bilhões, segundo balanço do próprio Carf. A operação, deflagrada em 26 de março, está tentando desmontar um esquema que reduzia ou anulava essas multas das empresas, por meio de manipulação dos julgamentos no Carf. O grupo criminoso era formado por funcionários do Carf, advogados e consultores, com o incentivo dos empresários multados, que se livravam das multas em troca do pagamento de propinas. Segundo a PF, estão sob investigação 74 recursos envolvendo 70 empresas, no total de R$ 19 bilhões. Até o momento já foram identificados prejuízos de R$ 6 bilhões. Nessa lista estão ‘peixes grandes’ da produção nacional, como o Bradesco, o Grupo RBS, o banco BTG Pactual, a BR Foods e a Gerdau. Mas, afinal, como funciona o Carf? Entenda a seguir. O Carf é um órgão do Ministério da Fazenda responsável por julgar processos relacionados a autuações fiscais da Receita Federal. Ou seja, é uma espécie de "tribunal" que julga processos de contribuintes em débito com a Receita, sem, no entanto, fazer parte do Poder Judiciário. A ideia é justamente eliminar possíveis excessos praticados por fiscais da Receita.
(R7)
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