Quinze militares da reserva e civis foram condenados à
prisão perpétua, nesta sexta-feira (24), por violações dos direitos humanos
cometidas em um centro clandestino de detenção na última ditadura argentina,
entre 1976 e 1983, informou a Justiça. Os militares e civis foram julgados por um
tribunal de La Plata, 62 km ao sul de Buenos Aires, pela aplicação de tortura e
pelo assassinato de 135 pessoas, entre elas, a filha de Estela de Carlotto,
líder da organização Avós da Praça de Maio. Nesse julgamento, foram investigadas as
violações dos direitos humanos cometidas no centro clandestino conhecido como
"La Cacha". Funcionava na periferia de La Plata. A sala do tribunal ficou lotada durante a
audiência. A 'avó' Estela Carlotto estava acompanhada
do neto Guido, o qual reencontrou recentemente, após quase quatro décadas de
busca. Os dois se abraçaram, enquanto o público aplaudia a leitura da sentença,
segundo as imagens transmitidas pela Internet pelo Centro de Informação
Judicial. No banco dos réus, estava mais uma vez o
ex-chefe da polícia da província de Buenos Aires Miguel Etchecolatz, que
acumulou uma segunda condenação à prisão perpétua. "Condenando Miguel Etchecolatz à pena de prisão
perpétua por sua cumplicidade no genocídio cometido na última ditadura militar",
leu um dos juízes, que repetiu a mesma sentença para os demais réus.
(G1)