16 outubro 2014

GUERRA SANTA: Sem armas e equipamentos, cristãos combatem "Estado Islâmico"

Mrayma Mansur aparenta nervosismo, ao liderar a patrulha noturna dos cristãos assírios na cidade de Alqosh, no norte do Iraque. Ele traz um punhal no cinto do uniforme de combate, o verde de suas pupilas contrasta com os olhos vermelhos de exaustão. Ao seu redor, os homens de sua patrulha estão sentados, portando armas obsoletas e bebendo chá adoçado. A palavra "traição" circula pela roda. Quando os combatentes curdos peshmerga se retiraram, diante do avanço do "Estado Islâmico" (EI) sobre as cidades cristãs, no início de agosto, Mrayma e seus homens permaneceram. Eles não sabiam se Alqosh também seria atacada. As milícias sunitas se encontravam a apenas poucos quilômetros ao sul. Quase todos os moradores da cidade fugiram, temendo o pior. "Tínhamos 70 ou 80 homens, que ficaram para trás e mantiveram guarda nas montanhas", lembra o combatente. A partir das colinas onde se ergue a cidade assírio-cristã de 6 mil habitantes, vê-se a planície de Nínive. Hesitantes, algumas famílias de Alqosh ensaiam agora um retorno, enquanto os peshmerga voltam a seus postos na frente de batalha, a apenas 15 quilômetros de distância. Um lojista solitário vigia seu negócio, no bazar cujas lojas estão fechadas a tábuas e pregos. O toque vespertino dos sinos da igreja e alguns carros isolados quebram o silêncio de vez em quando. O mosteiro Rabban Hormizd, do século 7°, construído no penhasco acima da cidade, encontra-se fechado por considerações de segurança.
(MSN)
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