A estudante Sonia Regina Abreu, do campus da
Universidade Federal do Pará em Altamira, relatou ter sofrido ofensas através
das redes sociais. Segundo a Polícia Civil, o agressor utilizou um perfil falso
para praticar injúria racial e disse para a vítima que, em Altamira, "não
há lugar para negros sujos". Ainda segundo a polícia, além do cunho
racista, o suspeito ainda teria ameaçado a jovem de 27 anos com os seguintes
dizeres: "neguinha como você a gente estupra e depois queima para não poluir
o solo. Lugar de negro é na senzala ou a sete palmos". De acordo com a Ordem dos Advogados do
Brasil, a vítima procurou a direção da universidade, e um professor decidiu
encaminhar a denúncia para a OAB, onde o caso está sendo acompanhado pelas
comissões de Direitos Humanos e Igualdade Racial. "É a tolerância da
sociedade e a impunidade que faz com que os ofensores, os racistas, ajam com
mais desenvoltura", critica Jorge Farias, presidente da Comissão de Igualdade Racial. Nesta
segunda-feira (15), a vítima registrou um boletim de ocorrência na delegacia.
Um inquérito foi aberto para investigar a origem das ofensas. Segundo a vítima,
apesar da denúncia, o autor dos insultos não se intimidou: ele mandou um e-mail
para a jovem falando que usou um computador acessado pela própria Sonia na
faculdade para postar as ofensas, e diz que foi "fácil como tirar bala de
criança".Ainda no e-mail, o autor diz para a estudante que isso é "só
o começo. Vamos limpar Altamira desta peste negra. Nenhum lugar será seguro
para negros nesta cidade".
(G1)