Pessoas que sofrem com a chamada “síndrome da boca seca” além de ter cáries com mais facilidade, apresentam também infecções bucais (principalmente, gengivite), mau hálito, rouquidão, sensação de ardência, dificuldades na fala, entre outros problemas. A saliva é importante tanto para digerir os alimentos, como para limpar a boca e controlar a população de bactérias, responsável por infecções. Segundo o médico Artur Cerri, coordenador da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), a síndrome, que acomete mais mulheres, pode ser fisiológica ou indicar algumas doenças sistêmicas. Pacientes com a disfunção tem dificuldade na deglutição, o que diminui a resistência bucal. De acordo com o médico, quando não diagnosticada e tratada a tempo, ela pode resultar na perda dos dentes. Além do envelhecimento, estão entre as principais causas da síndrome, os efeitos colaterais de medicamentos para depressão, ansiedade, obesidade, dor, alergia, asma, incontinência urinária, Mal de Parkinson etc. Fumantes também tendem a ter mais chances de desenvolver a deficiência. “O fumante passa muito tempo respirando pela boca enquanto fuma, e isso acaba agravando o quadro”, informou. Para Cerri, o paciente, além de reportar o problema ao médico, precisar adotar hábitos de higiene oral, com a escovação dos dentes e enxágues diversas vezes ao dia. Ele recomenda também ingerir bastante líquido e ter uma alimentação rica em alimentos com alto teor de água. “O idoso deve cortar o alimento em pedaços pequenos, acrescentando, por exemplo, uma boa fatia de melancia, abacaxi, ou melão ao prato principal. Essa rotina controla os efeitos da boca seca durante as refeições e evita que a pessoa passe a comer menos e a ficar com a musculatura oral enfraquecida”.
