05 abril 2013

“Loucura” da Coreia do Norte deixa país sozinho contra as potências militares


Qual líder mundial teria a coragem de ordenar um ataque contra os Estados Unidos, a maior potência militar do mundo? Nos últimos dias, o ditador norte-coreano Kim Jong-un vem mostrando que, ao menos, tem a audácia de ameaçar. Um ataque de verdade, no entanto, seria uma estratégia suicida, segundo especialistas entrevistados pelo R7. Mas com ou sem conflito armado, Pyongyang está ficando cada vez mais isolada e pode até ficar sem aliados. Para os analistas, nem mesmo a China, antiga parceira, entraria em uma guerra contra o Exército ianque.
“A Coreia do Norte já está isolada”, afirma o especialista em Ásia Argemiro Procópio, professor de relações internacionais da Universidade de Brasília. Segundo Procópio, a recente tensão militar na península coreana criou uma situação especialmente delicada para a China.
O gigante asiático é um histórico aliado da Coreia do Norte, tornando-se o maior parceiro do país após o fim da União Soviética, que sustentou Pyongyang até a década de 90. No entanto, um conflito militar na região deixaria do outro lado do campo de batalha os Estados Unidos, que é hoje o segundo maior parceiro comercial dos chineses, atrás apenas da União Europeia.
Em 2012, China e EUA trocaram mais de R$ 1 trilhão em mercadorias (US$ 535 bilhões), com uma balança comercial extremamente favorável aos chineses, de R$ 630 bilhões (US$ 315 bilhões). É esse casamento econômico que deixa o gigante asiático em meio a um apuro diplomático, explica o professor da UnB, que também é autor do livro O Capitalismo Amarelo — Relações Internacionais da China.
— A China está andando sobre ovos, porque a Coreia do Norte é uma aliada tradicional, mas sem a importância do passado. E com a recente aproximação econômica com os Estados Unidos, a China não pode mais dar o apoio incondicional de outros tempos.
Durante a atual tensão militar, que começou em dezembro passado após o lançamento de um foguete por Pyongyang, a China vem repreendendo publicamente a Coreia do Norte, algo que nunca tinha acontecido em suas relações. Ao lado dos Estados Unidos, aprovou sanções contra Pyongyang no Conselho de Segurança da ONU.
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