Não tomo manifestações de rua como métrica de
disputa eleitoral ou de apoio popular a personagens e ideias. Não faço isso,
mas há quem faça. Sendo assim, cuidado com o ridículo! Vá lá que se possa
apontar equivalência entre o público que compareceu à Paulista e a Copacabana
neste domingo, no ato contra a impunidade, e aquele que, no 7 de setembro,
atendeu ao chamamento dos bolsonaristas. Mas isso mais esconde do que revela a
realidade dos fatos.
Vamos devagar. Neste domingo, houve manifestações
substantivas em todas as capitais — algumas delas gigantescas, como Brasília,
Salvador, Recife e Belo Horizonte. Ao todo, houve protestos em 33 cidades. A
Câmara aprovou a aberração em favor da impunidade no dia 16. Na prática, os que
chamaram o protesto tiveram apenas cinco dias para a convocação, incluindo
aquele em que o ato se deu. Todos sabem que os bolsonaristas marcam seus
protestos com bastante antecedência, para dar tempo de infeccionar as redes, as
almas e as consciências.
É importante que os brasileiros tenham clareza do
que quer e do que faz o Congresso Nacional. Até porque a próxima legislatura
não será muito diferente dessa. Sem mobilização e sem vigilância, eles partirão
para a barbárie. É fundamental que as lideranças progressistas estudem o que se
deu neste domingo e por que o país se mobilizou.
Para que volte a acontecer. Ou é isso, ou os
ladrões arrombam os cofres e as instituições.
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