20 janeiro 2024

Do 'não se negocia' à política da vida real: Governo argentino recua e modifica lei 'omnibus'

O governo de Javier Milei enviou a deputados nesta sexta-feira (19) uma proposta para mudar a chamada "lei omnibus", um megaprojeto de lei com 664 artigos que trata de diversos temas —entre os quais, a privatização de empresas e um item que dá superpoderes ao presidente da Argentina até o fim do mandato, em dezembro de 2027. É o primeiro recuo prático do governo Milei, dez dias depois de o porta-voz, Manuel Adorni, ter dito que "não se negocia" —ou seja, que não aceitaria alterações no conteúdo do projeto. A medida ocorre em meio à dificuldade de aprovação do texto no Congresso. "Não se negocia, o que não significa que não estejamos abertos ao diálogo, que não aceitamos sugestões e que não nos sentemos para conversar com todos que, bem intencionados, efetivamente apoiam e entendem que a mudança na Argentina é necessária e que não pode continuar assim", disse Adorni em 9 de janeiro na Casa Rosada. Segundo o jornal “La Nación”, que conversou com deputados que receberam as propostas de mudanças, o governo Milei enviou alterações em 100 artigos. Não foram todos os deputados que receberam as novas propostas, mas, sim, um grupo de deputados que estão dispostos a votar a favor da "lei omnibus" caso alguns itens sejam alterados. A expressão "omnibus" se refere a projetos de leis que mudam vários tópicos relacionados ou entre si. "Omnibus" vem do latim e significa "para todos".

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