25 janeiro 2024

270 vidas perdidas: 5 anos depois, ninguém foi punido pela tragédia de Brumadinho

Há cinco anos, centenas de funcionários chegavam à Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, para iniciar mais um dia de trabalho. Eram engenheiros, técnicos administrativos, operadores e seguranças que atuavam numa mina do tamanho de 14 Maracanãs, de onde se extraía anualmente 8,5 milhões de minério de ferro, o que garantia lucros bilionários. Eles não sabiam, porém, que a cerca de um quilômetro de distância, uma montanha de 86 metros com 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos, o equivalente a 400 mil caminhões pipa, estava em situação de risco. O rompimento da barragem, que poderia ser evitado segundo as autoridades, se concretizou às 12h28 do dia 25 de janeiro de 2019 e se tornou a maior tragédia humanitária do Brasil, com 270 mortos, inclusive duas grávidas, e a contaminação de mais de 300 quilômetros do Rio Paraopeba, atingindo a população de 26 cidades. A tragédia de Brumadinho gerou milhares de processos judiciais, entre ações individuais e coletivas. Na esfera cível, o Ministério Público, a Defensoria Pública, o governo de Minas e a Vale assinaram um Acordo Judicial de Reparação Integral, em 2021, que prevê o pagamento de R$ 37,68 bilhões em 160 projetos na Bacia de Paraopeba, o que vai desde programas de transferências de renda a monitoramentos ambientais e obras de segurança e reconstrução. De acordo com a Vale, 68% do montante já foram executados. Já no âmbito criminal, a denúncia começou a cargo do Ministério Público de Minas, mas no ano passado o titular da ação virou o Ministério Público Federal, após três anos de discussões. Os denunciados respondem por 270 homicídios qualificados, crimes contra a fauna, a flora e crime de poluição. 

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