02 dezembro 2023

Caca vindo à tona: Em livro, ex-procurador da Lava Jato critica delações da PGR

Em um livro de entrevistas sobre os bastidores da Operação Lava Jato, o decano da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, apontou falhas nas delações premiadas conduzidas pela equipe do então procurador-geral da República Rodrigo Janot envolvendo gravações de áudio de políticos e fez uma avaliação sobre a derrocada das investigações. A entrevista com o ex-procurador integra o livro "Lava Jato: Histórias dos Bastidores da Maior Investigação Anticorrupção no Brasil", organizado pela advogada e jurista Ligia Maura Costa, que será lançado na próxima semana. A obra inclui entrevistas com investigadores, magistrados, advogados e membros da sociedade civil que atuaram ou acompanharam de perto a operação. Carlos Fernando dos Santos Lima se aposentou do Ministério Público Federal e atualmente trabalha como advogado e consultor em compliance. Antes da Lava Jato, ele havia trabalhado na investigação do caso do Banestado, uma espécie de embrião da investigação posterior, na qual o doleiro Alberto Youssef assinou seu primeiro acordo de delação. “As colaborações da PGR não seguiram os mesmos protocolos e cuidados. Houve um excesso de voluntarismo, de vontade. Sempre digo para os procuradores que, quando se está com vontade demais, é hora de dar um passo para trás e olhar a perspectiva, porque às vezes as pessoas acenam uma prova que atinge a psique do procurador. Todo procurador quer um bom resultado, em um grande caso. Então ao pegar um Sérgio Machado gravando Sarney, Renan e Jucá -acho que eram esses os nomes- aquilo chacoalha na frente do procurador, que fica hipnotizado”, escreveu o ex-procurador.

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