03 setembro 2023

Capital paulista: Na cracolândia, facção mantém 'tribunal' para punir e até eliminar quem atrapalha venda de drogas

Aglomerados em praças ou espalhados pelas ruas do Centro de São Paulo, dependentes químicos que frequentam ou vivem na cracolândia estão submetidos a um rigoroso código de conduta estabelecido pelo crime organizado, com regras e penalidades para quem as desobedece. Em nome do lucro, nos moldes do controle que exerce em presídios e comunidades, a principal facção do país tem uma estrutura conhecida como tribunal do crime dentro do fluxo que julga, condena e castiga — desde uma surra que resulte em deficiência física permanente até a morte. “Quando a cracolândia estava na Praça do Cachimbo, o tribunal ficava no meio do fluxo, no Hotel Avaré, e tinha uma estrutura conhecida como açougue. Chegamos a prender um indivíduo que tinha a função de dobrar os cadáveres e colocá-los em pacotes, para serem descartados no Rio Tietê. Hoje o tribunal funciona dentro de uma favelinha no Centro. Já o açougue não sabemos se voltou” afirmou um delegado que atuou na região. A dinâmica está detalhada em relatórios de inteligência da Operação Caronte —que foi às ruas entre junho de 2021 e dezembro passado —, obtidos pelo GLOBO. Com o mote do combate ao crime organizado, a operação foi bastante criticada pela truculência e por ter dispersado os usuários. Nas últimas semanas, moradores e comerciantes da região têm protestado contra a falta de segurança. O próprio delegado admite que o tráfico se reestruturou e, desde março, voltou “com força”.

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