As denúncias de violência contra pessoas idosas
cresceram 47% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Somente nos seis primeiros meses de 2023, o Disque
100, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, recebeu 65.331
denúncias de violência cometidas contra esse público, contra 44.458 no primeiro
semestre de 2022. Pessoas idosas são o segundo grupo que mais sofre abusos,
ficando atrás apenas das crianças e dos adolescentes. Foram registradas 386.642 violações de
direitos, como violências físicas, psicológicas, patrimoniais, sexuais,
abandono e discriminação. No mesmo período do ano passado, eram
223.951. Cada denúncia pode ter mais de um tipo de violação. As violações psicológicas são as mais
comuns. Elas ocorrem em atos como agressões verbais, tratamento com
menosprezo ou qualquer ação que traga sofrimento emocional ou afete a
autoimagem e autoestima da pessoa. Só em 2023 já foram registradas mais de 120
mil violações deste tipo. A população
tem ficado mais velha. O percentual de pessoas com mais de 60 anos saltou de 11,3% para 15,1%. Ao mesmo tempo, o percentual de pessoas com menos
de 30 anos caiu de 49,9% em 2012, para 43,3% em 2022. O médico e gerontólogo
Alexandre Kalache diz que o Brasil será um dos três países que mais rapidamente
envelhecerá até 2050. "Os idosos de 2050 já são adultos hoje. Já estamos
vivendo o tempo de nos prepararmos", diz ele, que ressalta a necessidade
de políticas públicas consistentes. Apesar do aumento de registros em relação ao ano anterior,
especialistas estimam que os dados ainda são subestimados. Isso se deve porque a violência é geralmente cometida por
familiares, o que dificulta que a denúncia seja feita, explica Marcela
Carinhato Almeida Prado de Castro Valente, presidente da Comissão de Direitos
da Pessoa Idosa da OAB-SP.
(UOL)
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