03 abril 2023

Suspeito: Anderson Torres foi à Bahia pessoalmente pedir apoio da PF à PRF visando interferir no fluxo de eleitores

A Polícia Federal apura uma viagem do ex-ministro da Justiça Anderson Torres à Bahia, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, sob pretexto de reforçar o contingente da Polícia Federal (PF) no estado contra supostos crimes eleitorais – como compra de votos, por exemplo. Na ocasião, Torres pediu pessoalmente à superintendência da PF da Bahia que atuasse em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que, como é praxe, deveria fazer a fiscalização comum de rodovias. Mas, segundo investigadores ouvidos, estava pautada para interromper o fluxo de eleitores na região a fim de prejudicar a eleição do petista Luiz Inácio Lula da Silva. A Bahia é um dos Estados onde o presidente Lula tem a sua maior votação. Para se ter uma ideia, no primeiro turno, Lula obteve 69,7% dos votos no estado, enquanto Bolsonaro teve 24,3%. No segundo turno, pouco mais de 2 milhões de votos garantiram vantagem a Lula. A presença de Torres na Bahia chocou investigadores ouvidos à época, e é classificada como pressão do governo Bolsonaro à superintendência regional para favorecer o então presidente da República com o uso da máquina. A PF é polícia judiciária e tem a realização de investigações como uma de suas missões. Já a PRF é polícia ostensiva – e atua, por exemplo, na fiscalização de rodovias.

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