Ensinam os especialistas
que não se pode comparar resultados de pesquisas eleitorais feitas por
institutos diferentes. Cada um deles tem seus métodos, que podem parecer, mas
não são iguais. A 10 dias do fim do segundo turno, porém, as pesquisas
divulgadas esta semana até aqui coincidem em apontar um desfecho dramático para
o combate travado por Lula e Bolsonaro. O que anima Bolsonaro, e preocupa o PT,
é que nesse período ele foi alvo de um monte de notícias ruins, e aparentemente
elas não lhe causaram estragos. O candidato teflon. Bolsonaristas tumultuaram a
festa em Aparecida; tornaram-se públicos vídeos onde o presidente disse que
“pintou um clima” entre ele e adolescentes venezuelanas. Bolsonaro segue na
condição de o candidato mais rejeitado, mas sua rejeição está em queda, e em
alta a aprovação do governo. De resto, ele usa sem pudor a máquina pública para
vencer. Esta, disparada, é a eleição mais comprada desde 1998, quando o
Congresso aprovou a emenda à Constituição que introduziu a reeleição para
presidente, governador e prefeito. Mais comprada pelo presidente de ocasião que
não admite perder o cargo. Seu plano de destruição do país avançou, mas falta
muito para estar completo. E ele teme ser preso se perder a imunidade. O
Congresso comprado com o Orçamento Secreto aprovou uma emenda que pôs o Brasil
em estado de calamidade pública. Só assim Bolsonaro poderia gastar o que tem e
o que não tem. Medidas que beneficiam segmentos de eleitores onde Bolsonaro não
vai bem são anunciadas quase diariamente. Isso é compra de votos sem disfarce,
e a justiça finge que não vê. Até terça-feira, havia 447 denúncias sobre patrões
comprando os votos de funcionários, ou com dinheiro ou com ameaças. Nas últimas
24 horas, o número de denúncias cresceu 58%. Lula não liquidou a fatura no
primeiro turno porque lhe faltaram 1,8 milhão de votos. A Bolsonaro, faltaram 8
milhões. Vamos embora que ainda dá, mas a luz vermelha (ou amarela) acendeu.
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