15 setembro 2022

Pobreza: Fome piora ainda mais em casas chefiadas por mulheres

Carla de Novaes, 37 anos, é de Santana, na Bahia, mas há cinco anos mora em Samambaia, no Distrito Federal, a 30 minutos da Esplanada dos Ministérios. Ela é a chefe de uma família com sete pessoas. Carla sobrevive com empregos informais, enquanto o companheiro trabalha em uma cooperativa, como catador. A renda é incerto, o que os torna dependentes do auxílio do governo. Mas nem isso tem permitido à família adquirir o essencial. "Só conseguimos comprar o grosso, arroz e feijão, óleo, macarrão e farinha. A prioridade é a comida e algum remédio para já se prevenir e deixar guardado. A carne não tem como comprar, só quando tem um dinheirinho, por exemplo quando pega o auxílio", explica Carla. O malabarismo vivido por essa família é um retrato do país que é campeão mundial na produção de alimentos, mas é castigado pela fome. Segundo levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), 33,1 milhões de pessoas passam fome no Brasil. O número é chocante, mas ganha uma dimensão maior quando se verifica, no detalhe, a miséria de uma parcela significativa da população. Mais de 125 milhões de brasileiros não têm garantias em relação à comida. Adotam estratégias para escolher o que comer, ou abrem mão de refeições diárias. Os moradores das regiões Norte e Nordeste têm sido os mais afetados, com 45% e 38% da sua população em situação alarmante, respectivamente. Quatro em cada 10 famílias dessas regiões reduziram parcialmente ou quase completamente o consumo de alimentos. Todas as pessoas ouvidas pela rede Penssan com insegurança alimentar têm em comum a baixa escolaridade e a vulnerabilidade social.


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