28 março 2022

Economia: BC perde controle da inflação em 2022 e agora mira 2023

Pelo segundo ano consecutivo, o Banco Central não cumprirá sua meta de controle da inflação. Após ver o IPCA, o índice oficial de preços, superar os 10% em 2021, bem acima do objetivo de 3,75%, o órgão enfrenta neste ano a perspectiva de uma inflação superior a 6%, para uma meta de 3,5%. Economistas ouvidos pelo UOL foram unânimes: 2022 está perdido para o controle da inflação. A preocupação agora é se o BC conseguirá enfim segurar a inflação em 2023, em meio às pressões de preços trazidas por combustíveis, commodities e pelas consequências das ações do governo Bolsonaro neste ano eleitoral. Pelo sistema atual, o BC precisa atingir uma meta específica de inflação todo ano. Para isso, ele utiliza a Selic, a taxa básica de juros da economia, atualmente em 11,75% ao ano. Ao elevar a Selic, o órgão também torna mais caras as operações de crédito para empresas e consumidores, o que contribui para desaquecer a economia. O resultado, em tese, é uma inflação menor. O problema é que, em meio à pandemia de covid-19, o BC tem tido dificuldades para controlar a inflação, mesmo com uma Selic mais elevada. Abaixo estão as metas dos últimos anos e os intervalos de tolerância (quando se considera que o BC cumpriu o objetivo). Além disso, aparecem a inflação medida de fato e as projeções do mercado financeiro. Estão destacados os percentuais de quando o BC não cumpriu a meta (ficou fora do intervalo de tolerância) e a projeção para 2022, que indica perspectiva de novo descumprimento.


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