Horas depois de a guerra na Ucrânia começar, os cartolas alemães
do Schalke 04 tomaram uma decisão inusitada: retirar das camisas do time a
marca do patrocinador: a Gazprom. Neste domingo, a Federação Internacional de
Judo retirou de Vladimir Putin seu título de presidente de honra da instituição.
Nos dias que se seguiram aos primeiros ataques, o Ocidente proliferou medidas
em dezenas de setores com um só objetivo: isolar a Rússia e transformar o chefe
do Kremlin em um pária internacional. Diplomatas que conversaram com a coluna
admitem que, enquanto a China continuar ao lado do russo, esse isolamento não
será total. Mas, ainda assim, o esforço é para que, pelo menos com o Ocidente,
todos os laços sejam cortados. Além do congelamento de ativos de dezenas de
oligarcas russos e fechar as portas para que possam pisar em solo europeu, o
pacote de sanções inclui o próprio presidente russo e seu chanceler, Sergey
Lavrov. Mas um dos elementos mais poderosos será a exclusão da Rússia do
sistema internacional de pagamentos, o Swift. A medida sufoca o sistema
financeiro russo, inviabiliza todas as exportações e importações e seria
complementar à medida já adotada para impedir que bancos russos tenham acesso
aos mercados de capitais. Com reservas de US$ 600 bilhões, a Rússia se preparou
para este momento. Mas o Ocidente quer cobrar um preço elevado de Putin por sua
ação. O isolamento, de fato, vai muito além da economia, num esforço de
demonstrar ao Kremlin que seu ataque em Kiev terá profundas consequências em todos
os campos.
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