23 setembro 2021

Barões da "rachadinha"? Carlos e Flávio Bolsonaro tinham assessores com empregos privados

Embasada nas mesmas suspeitas de desvio de dinheiro público que recaem sobre o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), a investigação do Ministério Público contra o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) também identificou ex-assessores que mantinham ocupações incompatíveis com funções públicas enquanto nomeados no gabinete dele. Provas citadas no pedido de quebra de sigilo de Flávio, em abril de 2019, foram obtidas do mesmo modo que as utilizadas no documento que resultou na quebra de sigilo de Carlos, em maio deste ano. Por meio de consultas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Ministério Público do Rio mostrou nas duas investigações que funcionários que deveriam trabalhar com exclusividade no Legislativo mantinham ocupações paralelas na iniciativa privada. No caso de Flávio - que já foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e apropriação indébita no caso das "rachadinhas" -, a quebra de sigilo aprofundou os indícios de que havia funcionários "fantasmas" no gabinete. A informação sobre oito assessores de Carlos que se enquadram nesse perfil foi revelada pelo jornal O Globo. Para a Promotoria, os caminhos podem levar à comprovação de que esses "fantasmas" desviavam parte de seus salários para o vereador. Quando conseguiu esmiuçar os dados bancários, fiscais e de celular dos ex-funcionários de Flávio, o MP mostrou transações financeiras e mapas de calor que corroboravam a tese de que eles desviavam o dinheiro público. Configurava-se assim o suposto crime de peculato, que ocorre quando servidor se apropria de recursos oficiais.

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