15 dezembro 2020

Ausência de diálogo: Meta climática do Brasil põe em risco investimentos no país, diz coalizão de empresas

A revisão das metas climáticas brasileiras dentro do Acordo de Paris traz incertezas, insegurança jurídica e dificulta a atração de investidores, avaliou a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, movimento formado por mais de 260 representantes do agronegócio, sociedade civil, setor financeiro e academia. Em nota divulgada nesta segunda-feira, a coalizão afirmou que com a revisão da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), "o Brasil mudou parâmetros relevantes que levantam dúvidas sobre o seu nível de ambição e capacidade de planejamento", e que "a falta de clareza pode dificultar o país na atração de investidores". De acordo com o documento das empresas, ao fazer uma revisão "que não agrega ambição e retirar parâmetros para redução de desmatamento ilegal", por exemplo, o governo brasileiro abdica do protagonismo que teve em outros momentos e põe em risco esforços para conter o aumento da temperatura média do planeta. "A ausência de diálogo no processo de revisão da NDC também preocupa a Coalizão Brasil. A sociedade brasileira foi fundamental para que o país apresentasse uma meta ambiciosa na Conferência do Clima (COP) 21, em 2015, que teve como resultado a assinatura do Acordo de Paris. Na revisão, a tradição de diálogo e escuta com a sociedade não foi respeitada", diz o texto assinado pela coalizão, que inclui empresas como Bradesco, Cargill, Natura, Klabin, Natura, Itaú, entre outras.


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