09 novembro 2020

PÁRIA E ÓRFÃO: Eleição nos EUA provou que Araújo não tem condições de ser chanceler

Benjamin Netanyahu teve em Donald Trump um aliado fundamental. Viktor Orban, na Hungria, se apoiou no republicano para se justificar diante do mundo, assim como ocorreu com a liderança polonesa. Narendra Modi, na Índia, usou do nacionalismo para o aproximar de Trump e forjar uma relação próxima. Mas menos de 24 horas depois do anúncio de que o presidente americano havia sido derrotado pelo voto popular, todos eles adotaram a mesma postura e saudaram a chegada de um novo chefe-de-estado nos EUA, Joe Biden. Em cada gesto desses líderes, uma confirmação de uma velha máxima na diplomacia: países não têm amigos. Países têm interesses. Mas um dos poucos aliados de Trump no mundo que manteve um silêncio ensurdecedor foi o Brasil, conduzido por uma diplomacia que mistura elevadas doses de ideologia, elevado grau de miopia e elevado nível de desrespeito pelos interesses nacionais. Ernesto Araújo não tem condições de continuar na condução da política externa de uma das maiores economias do mundo e de influência decisiva na América Latina. Nunca teve. O chanceler que mais falou em patriotismo em décadas é, no fundo, quem mais prova como tais conceitos são manipulados. Há poucas semanas, Araújo declarou com orgulho que, se precisasse ser pária para defender sua política, que assim o faria. Mas uma coisa é ser pária sobre os ombros de Trump. Outra coisa é ser pária e órfão.


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