Em
uma articulação do ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama) prepara para esta segunda-feira uma série de revogações de normas que
podem atingir até 1,6 milhão de hectares de restingas e manguezais pelo país.
São áreas de preservação permanente nas proximidades do litoral brasileiro que
despertam interesse do setor imobiliário e de carcinicultores, os produtores de
camarão. Na reunião ordinária das 10h desta segunda, os 23 conselheiros deverão
analisar a proposta de revogação da resolução 303 do Conama, que prevê a
proteção de uma faixa mínima de 300 metros de restingas, além dos manguezais.
Essas são áreas de proteção permanente. Sem essa preservação, há a
possibilidade, por exemplo, de hotéis de luxo se instalarem em áreas de
mangues, por toda a região litorânea. O cálculo sobre a região potencialmente
atingida foi feito pela organização Mapbiomas Brasil,
a pedido da reportagem. Essas proteções vigoram no país desde 2002. Parte
delas, como as que tratam de faixas em que é proibido desmatar ao redor de
rios, já foi incorporada pelo Código Florestal, em vigência desde 2012. Mas a
que trata das restingas e do manguezal, não foram. “Pouco a pouco estamos
perdendo todo um arcabouço legal que vem desde antes da Constituição Federal de
1988. É um retrocesso sem parâmetros para o país”, alertou a gerente da causa
água da organização não governamental SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro. Para
ela, o Conama deveria estar ampliando a área de proteção dos biomas, não
diminuindo, como sugere o ministro Salles, que também preside o Conama. Esses não seriam os primeiros retrocessos na área ambiental
em 2020. Nas últimas semanas, o governo Bolsonaro tem atuado de maneira
controversa no combate aos incêndios
no Pantanal e na Amazônia. Foi apenas na semana passada, dois meses
após a intensificação das queimadas pantaneiras, que o ministro sobrevoou a
região e enviou equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente para
fiscalizar áreas que estavam registrando focos de calor.
28 setembro 2020
Reginaldo Monteiro

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