20 junho 2020

"SEMANA DOS INFERNOS": STF vê prisão de Queiroz como 'emboscada' dita por Bolsonaro


Depois de intensificar a artilharia contra o Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçar não obedecer decisões judiciais e falar na imposição de um "limite", o presidente Jair Bolsonaro viu ao longo dos últimos dias uma série de determinações da Justiça que miraram apoiadores, parlamentares, empresários e até mesmo o seu núcleo íntimo. A "semana dos infernos", como está sendo chamada no Palácio do Planalto, começou com a prisão de extremistas do grupo "300 do Brasil", avançou com a quebra do sigilo bancário de 10 deputados e um senador bolsonaristas, prosseguiu com o aval do Supremo ao inquérito das fake news e culminou com a prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz. Queiroz foi detido em um imóvel de Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no âmbito das investigações de um esquema de "rachadinha" no gabinete do filho do presidente da República na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O caso foi revelado pelo Estadão. Ministros do STF e de tribunais superiores ouvidos reservadamente pela reportagem avaliam que o conjunto de decisões mostra que as instituições estão funcionando no País, apesar dos ataques estridentes e do discurso dúbio do chefe do Executivo. Na última quarta-feira, Bolsonaro citou o "povo" como escudo para blindar o seu governo, mas depois subiu o tom e comparou o que vem pela frente a uma "emboscada". A verdadeira "emboscada", avaliam magistrados, pode ser a prisão de Queiroz, cujo desdobramento é considerado imprevisível. Uma das especulações nos bastidores é se o ex-assessor poderia aceitar um acordo de colaboração premiada, com potencial de incendiar a República, levar à cassação do mandato de Flávio e dinamitar o governo.
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