12 janeiro 2020

NA MIRA: Bolsonarismo “raiz” transforma dissidentes em “nova esquerda”

A aliança conservadora que elegeu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem crescentes rachaduras não apenas na política institucional, onde o PSL se partiu em dois, mas também entre a militância que atua em um terreno muito caro ao bolsonarismo, as redes sociais. O núcleo mais ideológico de apoiadores do presidente tem até um rótulo para colar nos aliados que se desviam do caminho: “nova esquerda”. Esse grupo de “infiéis” é formado por pessoas que dificilmente se relacionariam com pautas identificadas com a esquerda “tradicional”, como os deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP), Joice Hasselmann (PSL-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP), o ex-candidato à presidência João Amoedo (Novo), a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e os influenciadores digitais Nando Moura e Danilo Gentili. O “esquerdismo” dessa turma, de acordo com o cientista político Rui Tavares Maluf, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, “não tem nenhum lastro na realidade, é um simplismo que serve apenas para distinguir quem não é 100% fiel ao governo, ao Bolsonaro”. Espécie de ícone da “nova esquerda”, Hasselmann costuma responder com ironia aos ataques que recebe nas redes, mas se disse assustada com o volume de menções quando prestou depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, no início de dezembro. “É um comportamento de seita, uma coisa maluca. Se a pessoa tem uma mínima discordância, vira alvo, vira esquerdista”, disse ela, em ressonância com a fala do especialista do parágrafo anterior.
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