10 novembro 2019

MENORES INFRATORES: Crimes bárbaros de jovens e adolescentes são reflexo do abandono afetivo


A condenação do adolescente de 12 anos pelo estupro e assassinato, por asfixia, da menina Raissa Eloá Capareli Dadona, de 9 anos, no Parque Anhanguera, em São Paulo, proferida quarta-feira passada, reacende uma discussão que vai além da redução da maioridade penal. Para especialistas, uma das motivações para crimes bárbaros cometidos por crianças e jovens é, sobretudo, o abandono afetivo. A discussão da maioridade penal jamais deixou de existir. O bárbaro ato infracional cometido por uma criança de 12 anos pode chamar atenção para uma discussão ainda mais importante, que é a análise da motivação da prática de tais crimes por jovens com idade cada vez menor. O advogado, que estuda o abandono afetivo, associa a omissão dos cuidados de pais e responsáveis aos atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes. O abandono afetivo é o descumprimento dos deveres do poder familiar, assistir, criar e educar os filhos, previstos em lei pelos artigos 229 e 227 da Constituição Federal. “Dentro dos trabalhos que eu fiz, nos últimos 10 anos, sobre a repercussão desse abandono, eu consegui ver índices significativos que correlacionam os temas”, diz. Bicca afirma que 77,6% dos internos da Fundação Casa foram criados sem o amparo dos pais. Já o professor de sociologia da Universidade de Brasília (UnB) Lúcio Castelo Branc, acredita que esse tipo de ato infracional pode acelerar uma discussão sobre a punição do menor de idade. Cerca de 30 mil adolescentes hoje estão no sistema socioeducativo, em todo o Brasil. “É preciso reavaliar essa punição. Reeducar não adianta se o jovem não compartilha dos mesmos valores do restante da sociedade”.
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