24 agosto 2019

CULTURA: Prêmio a Chico Buarque deixou ministro furioso


Além do cancelamento de um edital de projetos para a TV, o ex-secretário especial de Cultura diz que enfrentou outros conflitos com Osmar Terra, ministro da Cidadania do governo Jair Bolsonaro, por motivos políticos e ideológicos. Os casos incluem uma premiação a Chico Buarque e uma obra com personagens transexuais na Bienal de Veneza. Henrique Pires, que deixou o cargo na última quarta-feira (21), afirma à Folha que correu o risco de ser demitido em maio, quando Chico Buarque foi anunciado como vencedor do Prêmio Camões, o principal da língua portuguesa. "Ele [Terra] ficou furioso, porque eu tinha escolhido os representantes brasileiros do júri", diz, em referência aos escritores Antonio Cícero e Antônio Hohlfeldt. "O candidato deles não era o Chico, mas os outros quatro jurados chegaram com o nome dele, e eles seriam derrotados." O músico é crítico de Bolsonaro e apoiou a campanha do petista Fernando Haddad na eleição de 2018. Segundo Pires, o ministro só se convenceu de que não havia motivação política na escolha depois de conversar diretamente com Hohlfeldt, seu amigo.
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